terça-feira, 28 de julho de 2009

Escola rural
Neusa Sorrenti


O salão grande, varrido
com vassoura de alecrim,
se apronta todo cheiroso
para receber os meninos
que pulam
como arlequins.

Crianças de todo lado
chegam nas asas do vento.
São como flores do campo:
rudes, belas e atentas,
mastigando o pensamento.

Pés meios sujos de barro,
roupa lavada com anil
e um cheirinho faceiro
que a agente sente, de longe
como o das rosas de abril.

A mestra faz cara séria,
ronda os bancos, prende o ar
ao ver as mãos vacilantes,
errantes na folha branca
tentando fazer o A.

No recreio, farelinhos
das broinhas de fubá
brinham entre arcos
e cordas
com as bolinhas de gude
até o sino tocar.

Quem me dera se eu pudesse
percorrer a mesma estrada,
voltar ao salão da escola
pra ter medo do ditado
e sofrer
com a tabuada...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Tecnologia educacional!


Receita do hectógrafo de gelatina

300g de água
250g de açúcar
250g de glicerina
60g de gelatina (três pacotes de gelatina Anglo em pó de 15 folhas)

Em banho-maria, coloca-se primeiro a água e o açúcar.

Depois de dissolvido o açúcar acrescenta-se, aos poucos, a gelatina mexendo para não empelotar. Após dissolver os pacotes, deixe uns 15 minutos e acrescente a glicerina.

Deixe mais 15 minutos no banho-maria e, em seguida, coe em pano fino em forma retangular.

Se formas bolhas de ar ou espuma, retire-as com uma colher.

Deixe amadurecer 48 horas antes de usar.

Nota: usar carbono Hectógrafo.
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Essa receita encontra-se num caderno de uma professora de Corumbá/MS, do ano de 1967. Sobre hectógrafo veja http://hectografito.galeon.com/

quarta-feira, 27 de maio de 2009

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Lourenço Filho: reformador da educação no Rio Grande do Sul

A partir da segunda metade da década de 1930, o sistema educacional foi tornado objeto de reforma no Estado do Rio Grande do Sul. Esse processo alcançou condições de aparecimento a partir da nacionalização do ensino, movimento político que produziu espaços nos quais foi possível que o discurso da modernização e do aparelhamento do Estado se estabelecesse para a execução de uma reforma educacional que se instalou de forma ampla, intensa e profunda. Tal reforma se inseriu num contexto de reorganização e racionalização dos serviços de instrução pública, no âmbito do qual a população e a educação emergiram como um problema de governo. Nesse processo destacou-se a participação de Lourenço Filho, que contribuiu de forma proeminente.


Veja o texto completo em http://rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/viewFile/623/1190

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pedagogia!

A noz, o burro, o sino e o preguiçoso,
Sem pancada, nenhum faz seu ofício:
Esta é fechada, aquele vagaroso,
Um cala, o outro jaz sem exercício;
Mas tanto que o ferro, ou o pau nodoso,
A duros golpes lhes sacode o vício,
O fruto abre, o animal pés amiúda,
O metal clama, o preguiçoso estuda.

In: Seleta de prosa e verso, Alfredo Clemente Pinto.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Escola e modernidade

Como a noite engendra o dia e o dia engendra a noite: revisando o vínculo da produção mútua entre escola e modernidade
Pablo Pineau

O presente artigo analisa as relações entre escola e modernidade. A hipótese central é de que o triunfo da escola se baseia no fato de sua proposta ter sido capaz de pôr em ação a concepção educacional moderna, o que levou ao estabelecimento de uma relação de produçãomútua entre ambas. Por meio de complexos e eficazes dispositivos, a escola moderna construiu subjetividades que comungavam a cosmovisão moderna. O artigo estabelece, a partir da produção histórica, um conjunto de dez premissas que se referem à concepção geral da escola, aos sujeitos intervenientes e às operações levadas a cabo. Nesse percurso, recupera-se o debate educacional moderno.

Veja o texto completo em

http://www.scielo.br/pdf/pp/v19n3/v19n3a05.pdf

terça-feira, 31 de março de 2009

quarta-feira, 18 de março de 2009

Escola

José Paulo Paes


Escola é o lugar aonde a gente vai quando não está de férias.

A chefe da escola é a diretora.

A diretora manda na professora.

A professora manda na gente.

A gente não manda em ninguém.

Só quando manda alguém plantar batata.


Além de fazer lição na escola, a gente tem de fazer lição de casa.

A professora leva nossa lição de casa para a casa dela e corrige.

Se a gente não errasse, a professora não precisava levar lição para casa.

Por isso é que agente erra.

Embora não seja piano nem banco, a professora também dá notas.

Quem não tem notas boas, não passa de ano.

(Será que fica sempre com a mesma idade?